Foi inaugurado nesta segunda-feira (11), no Shopping Bela Vista, em Salvador, o primeiro espaço permanente do mundo para acolhimento de mulheres vítimas de violência doméstica e de gênero dentro de um estabelecimento privado. A iniciativa faz parte do projeto “Luto por Elas”, do Ministério Público da Bahia (MPBA), em parceria com o shopping, o bloco “As Muquiranas”, a Prefeitura de Salvador, a Defensoria Pública e outras instituições.
O objetivo é oferecer um local seguro e discreto onde mulheres em situação de violência possam receber orientação e apoio. O atendimento será feito por profissionais capacitados e estagiários das áreas de Psicologia e Serviço Social. As equipes vão acolher as vítimas, preencher formulários para avaliação de risco e encaminhá-las para a rede de proteção.
Além desse espaço permanente, foi inaugurada a “Sala Agosto Lilás”, que funcionará durante todo o mês com atividades de conscientização, debates e orientações sobre a prevenção da violência contra a mulher.
A promotora de Justiça Sara Gama, coordenadora do Núcleo de Enfrentamento às Violências de Gênero (Nevid), explicou que, embora muitos casos de violência aconteçam dentro de casa, espaços públicos também são locais onde mulheres podem sofrer agressões. “Criar esse ambiente permanente no shopping é uma transformação social importante. Ele acolhe tanto mulheres que trabalham quanto as que circulam por aqui”, destacou.
Já o promotor Adalto Araújo, do Centro de Apoio Operacional Criminal (Caocrim), ressaltou o diferencial de ter um ponto de apoio fora dos espaços tradicionais, como delegacias. “É um local acessível, onde a mulher pode buscar ajuda sem levantar suspeitas, fortalecendo a rede de proteção com o apoio do setor público e privado”, afirmou.
A secretária municipal de Política para as Mulheres, Fernanda Lordello, que representou a Prefeitura de Salvador na inauguração, reforçou a importância de ampliar os espaços de escuta e acolhimento. “Quando uma mulher é destruída, toda a família sofre. Precisamos garantir lugares onde elas possam ser ouvidas e cuidadas com atenção especializada”, declarou.
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